CARACTERÍSTICAS FÍSICAS

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Cor

Não é fácil definir a paleta cromática do Bordado de Castelo Branco. De facto, as cores hoje visíveis nas peças antigas já sofreram um processo de desvanecimento e de alteração que as modifica, por vezes, significativamente. Está em curso um estudo sobre pigmentos que coram as linhas com que foi bordado um conjunto de colchas históricas selecionadas para o efeito, cujos resultados poderão ajudar a redefinir a paleta cromática original deste Bordado. Com efeito, na operação de relançamento da produção de Bordado de Castelo Branco, ocorrida a partir de 1939, este cuidado e atenção não foram tidos em conta, pelo que se têm usado cores bastante diferentes das originais. Acresce ainda que, durante os anos 50 e 60 do século passado, que correspondem à grande produção da oficina de Elísio José de Sousa, houve uma certa adequação da produção às cores que então estavam na moda na decoração de interiores, que, por esse motivo, passaram a dominar o cromatismo do Bordado de Castelo Branco. A tudo isto soma-se também o facto de que o fornecimento de linhas de seda não tem sido fácil, pelo que, muitas vezes, perante a sua escassez se bordou (e se borda) com as linhas que o mercado oferecia e não com aquelas que seriam mais adequadas, situação que ainda hoje, por vezes, se verifica. Do que é possível adiantar, na ausência de resultados do estudo acima referido, recomenda-se, vivamente, a reintrodução de cores mais metálicas e vibrantes, tais como: Verde Windsor, Verde Bexiga e Verde Sapo; Amarelo Ouro; Ocre Ouro, Ocre cor de Cobre; Branco Iridiscente (tonalidade metálica); Azul cerúleo, Azul-cobalto; Carmim, Violeta, Castanho de Garança, Rosa de Garança.
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Pontos de Bordar

Na produção oficinal de Bordado de Castelo Branco predomina o uso do Ponto de Castelo Branco, também conhecido por “ponto largo”, "bordado a frouxo” ou “ponto lançado com prisões”, aquele ponto que, maioritariamente, cobre grande parte dos motivos. Há que referir o modo como as prisões que fazem parte do Ponto de Castelo Branco, devem ser executadas. Com efeito, sendo este um ponto que domina largamente o bordado e que lhe confere a sua tão específica identidade, há que acautelar a sua execução, sobretudo porque houve um tempo em que, por regra, essas prisões eram sempre feitas em paralelo com as direções dos fios da trama ou da teia do tecido, conferindo ao bordado uma rigidez e um geometrismo que comprometiam a sua graciosidade. Assim, recomenda-se que as prisões se façam sempre tendo em linha de conta a orientação do desenho dos motivos e não a estrutura do tecido. Recomenda-se ainda que, ao bordar o Ponto de Castelo Branco, não se use demasiada linha. Os fios nunca devem sobrepor-se. Tradicionalmente outros pontos de bordar se associam ao Bordado de Castelo Branco, mas, após a campanha de relançamento ocorrida a partir de 1939, essa panóplia alargou-se, integrando muitos mais. O facto de, então, terem sido consideradas como modelos as riquíssimas colchas da Oficina de Lisboa, conduziu àquele alargamento, passando a ser utilizados, nas novas Colchas de Castelo Branco, os pontos de bordar que nelas figuravam.