CANDIDATURA

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A Câmara Municipal de Castelo Branco está a promover a adesão à rede de Cidades Criativas da UNESCO, na Categoria de Artesanato e Artes populares, com o Bordado de Castelo Branco. Um projeto iniciado no princípio de 2022 e que deverá culminar no final de junho de 2023 com a submissão do dossier de candidatura à UNESCO. A integração de Castelo Branco na Rede de Cidades Criativas da UNESCO promoverá a cooperação com outras cidades que, tal como Castelo Branco, reconhecem a criatividade como fator estratégico de desenvolvimento sustentável. Esta Rede é, pois, uma excelente plataforma para o desenvolvimento de parcerias promotoras da inovação, das indústrias culturais e criativas, e de atividades, nomeadamente económicas, ligadas à manufatura do Bordado de Castelo Branco no panorama nacional e internacional é fundamental para que possa ganhar ainda mais notoriedade e, sobretudo, para que se possa posicionar como Centro Internacional do Bordado, atraindo profissionais, investidores e visitantes, geradores de desenvolvimento económico e qualidade de vida. O Bordado de Castelo Branco tem características que o tornam único e distinto entre os bordados portugueses. A intensidade das cores e a luz é conferida pelos fios de seda, bordados sobre a base de linho artesanal cru. Os desenhos/ motivos têm uma simbologia própria: a arvore da vida, os pássaros, os cravos, as rosas, os lírios, as romãs ou os corações – todos com um perfil claramente exótico. O Bordado de Castelo Branco é uma arte reconhecida internacionalmente. Presente na Corte, seja como objeto distintivo, seja pela influência temática. Veja-se que a tulipa, flor recorrente no Bordado de Castelo Branco, existia com abundância nos jardins palacianos do País, principalmente nos da Corte, e sujeita a grande reserva para evitar que a sua popularização lhe retirasse o caráter aristocrático, tornou-se símbolo de riqueza e ostentação. As influências do Oriente, seja pela seda, seja pelos motivos retratados nos desenhos bordados. O Ponto de Castelo Branco era o ponto usado nos bordados árabes, introduzidos na Península logo no século VIII. É frequente em bordados persas, indianos, chineses e japoneses e por isso se classifica como pontos de Oriente. A presença em museus internacionais atesta igualmente a excelência do Bordado de Castelo Branco. Exemplo disso são as peças expostas no Museu Victoria & Albert Museum, Londres. Mas também na Catedral de Manchester, onde está uma obra que cobre os altares da Catedral. De imensa beleza e exemplo de originalidade no âmbito de manufatura nacional, o Bordado de Castelo Branco apresenta a existência de uma arte própria, com estilo de feição peculiar, concentrado na zona do Distrito de Castelo Branco. Os motivos que caracterizam e definem o Bordado de Castelo Branco refletem-se em muitas áreas que não apenas a arte dos têxteis e bordados. Os passeios da cidade apresentam originais exemplos de bordado na calçada portuguesa. Os calceteiros adaptaram a sua arte de trabalhar a pedra de basalto e calcário aos motivos decorativos das célebres Colchas de Castelo Branco. Para além da calçada portuguesa, vários prédios da cidade ornamentam as suas fachadas com os motivos do Bordado de Castelo Branco, tornando-o no ex-libris da cidade, verdadeiro símbolo identitário da Capital da Beira Baixa.