Em sede de Certificação exigia-se aos painéis as dimensões mínimas de 100cm x 75cm, de forma a acautelar a miniaturização do desenho, entendida como desqualificadora e menorizante. Foi então que, para se resolver a questão colocada com o tamanho dos painéis, se criou o conceito de “fragmento”, um bordado que copiava “partes representativas de uma colcha em escala real”. Pretendia-se assim criar a possibilidade de se apresentarem, para serem certificados, bordados significativamente mais pequenos, indo ao encontro da necessidade das bordadeiras terem para venda peças mais em conta. Esta exigência revelou-se de difícil aplicabilidade pois não existiam nem existem disponíveis desenhos a que aquelas pudessem recorrer. Igualmente, experiências levadas a cabo no Centro de Interpretação do Bordado de Castelo Branco, onde se bordaram vários fragmentos, ficaram aquém das expectativas, confirmando a dificuldade existente na operacionalização do conceito.

O contacto havido com as bordadeiras ao longo dos anos em que se tem vindo a certificar o Bordado de Castelo Branco evidenciou as suas notórias dificuldades. Enquanto entusiastas do processo de certificação viram-se confrontadas com exigências a que não conseguiam dar resposta.